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 História do Mundo
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Historicismo

 

Análise dos princípios básicos do historismo/historicismo, comparando-os com o racionalismo de Descarte e o indutivismo (empirismo) da ciência Newtoniana.

            O historicismo valorizava o conhecimento histórico, em contraposição ao racionalismo aistórico cartesiano, ou seja, para o historicismo marxista havia uma ligação entre relativismo e subjetivismo, isto é uma variação da verdade pelos diferentes observadores.

            Podemos entender o historicismo como uma continuidade entre a etapa predominantemente filosófica, no sentido que os iluministas emprestam à expressão, e uma etapa cientificista, caracterizada ambas pelo padrão newtoniano de explicação da realidade. Em ambas acredita-se nas regularidades dos fenômenos e na capacidade humana de encontrar seu significado através das leis.

            O historicismo romântico/erudito afirma não apenas o relativismo cultural em face de diferentes povos, relativismo metodológico, mas trata-se de um plano epistemológico de ruptura do padrão newtoniano, pois são recusadas tanto as categorias de humanidade e história universal como a dinâmica mecanicista (as leis).

            O racionalismo se opõe ao empirismo, de um lado temos uma perspectiva empirista proposta por Francis Bacon, que divulga uma ciência sustentada pela observação e pela experimentação, utilizando para isso a indução na formulação das leis partindo do particular para o geral e por outro lado o racionalismo de René Descartes, que busca na razão os recursos para a recuperação da certeza científica.

 

 Distinção entre duas correntes básicas do historicismo: a romântica/erudita e a cientificista.

            O historicismo romântico é formado pelos historiadores, juristas, literatos e outros intelectuais contemporâneos do romantismo e do nacionalismo posterior à Revolução Francesa, até cerca de 1850. Essa fase seria entendida como a fase puramente “historista”. Ela foi o apogeu do romantismo literário, inclusive do romance histórico à Walter Scott, foi também a da construção definitiva da crítica histórica com a obra de Ranke e seus seguidores. Estabeleceu-se também nessa fase os pilares metodológicos em outras ciências do homem, como a etnologia, a sociologia e o direito.

            O Historicismo romântico/erudito, afirma não apenas argumentos epistemológicos (relativismo cultural em face dos diferentes povos, relativismo metodológico em face da cognoscibilidade histórica, antimecanismo) como valores e atitudes sociais e políticas baseados na tradição e não na ruptura (sentimento nacional, identidade lingüística e histórica, cultura popular diferenciada.

            O historicismo cientificista é formado pela maioria esmagadora dos cientistas sociais entre 1850 e a Primeira Guerra Mundial nos campos da história, antropologia, direito, sociologia, economia, ciência política e psicologia. Esse período é caracterizado pelo evolucionismo, positivismo, grande parte do marxismo, pela supremacia da explicação histórica sobre a sistêmica do estudo evolutivo dos fenômenos lingüísticos sobre a concatenação dos fatos de uma língua num dado momento da história, ou seja, pela busca de leis que demonstrem a regularidade do processo histórico, e de todo o real. O historicismo cientificista sofistica o padrão teleológico dos filósofos iluministas.

 

 

Historicismo e relativismo cultural

            A própria razão de ser do historicismo a partir de meados do século XVIII, foi a reação ao racionalismo.

             O Historicismo se identifica com o relativismo epistemológico como um subjetivismo ou o relativismo objetivista einsteiniano. Aplicado o raciocínio à divisão por período proposta, percebe-se que no historicismo filosófico do século XVIII, como no historicismo cientificista da segunda metade do século XIX, ele é secundário, encoberto por questões mais ardentes como a das leis históricas, reservando-se o papel de demonstrar por repetidas vezes as diferentes culturas entre os povos em pontos diferentes da escala cultural.

            O problema do relativismo não se esgota na subjetividade, respeitados os diferentes planos de sua concepção, o antropológico, epistemológico e o metodológico, vemos então que é razoável uma concepção historicista relativista e objetivista.

            A relação do historicismo com o relativismo cultural passa por várias etapas do historicismo e as diversas nuanças do relativismo, particularmente seu significado sob os ângulos antropológicos e epistemológicos.

 

 

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Bibliografia:

Wehling, A. “A Temática do Historicismo” Capítulo I, Livro A Invenção da História. 2ª edição, Janeiro 2001, ed Gama Filho

 

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